Gramática: Vozes Verbais

Como já é do nosso conhecimento, a classe gramatical ora denominada de “verbo” é aquela, dentre as demais, que mais apresenta flexões. Tais flexões referem-se a tempo, modo, pessoa, número e voz.

Dando ênfase às vozes do verbo, torna-se importante ressaltar que as mesmas estão diretamente ligadas à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito.

No objetivo de compreendermos melhor como se forma todo este processo, as estudaremos detalhadamente, priorizando conceitos seguidos de seus respectivos exemplos:

Voz ativa 
Neste caso, o sujeito é o agente da ação verbal, ou seja, é ele quem a pratica. Observemos o exemplo:

O repórter leu a notícia
Sujeito agente Verbo na voz ativa

Voz passiva 
Nela, a situação se inverte, pois o sujeito torna-se paciente, isto é, ele sofre a ação expressa pelo fato verbal. Vejamos:

A notícia foi lida pelo repórter
Sujeito paciente Verbo na voz passiva

Podemos perceber que o agente, neste caso, foi o repórter, que praticou a ação de ler a notícia.

A voz passiva apresenta-se em dois aspectos:

Voz passiva sintética – Formada por um verbo transitivo direto (ou direto e indireto) na terceira pessoa (do singular ou plural) mais o pronome “se” (apassivador).

Exemplo:

Praticaram-se ações solidárias
Voz passiva sintética Sujeito paciente

Voz passiva analítica – Formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo transitivo direto (ou direto e indireto).

Exemplo:

Ações solidárias foram praticadas
Sujeito paciente Voz passiva analítica
foram – verbo ser / praticadas – particípio

Voz reflexiva 
Ocorre quando o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, ou seja, ele tanto pratica quanto recebe a ação expressa pelo verbo. Conforme demonstrado a seguir:

A garota penteou-se diante do espelho
Sujeito agente Verbo na voz reflexiva

É importante entendermos que desta forma a garota praticou a ação de pentear-se e recebeu a ação de ser penteada.

Português: Complemento Nominal

Termo da oração que completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio. Sempre através de uma preposição.

EXEMPLOS

O povo tinha necessidade de alimentos.

Necessidade: substantivo.                                                                                                                                 De alimentos: complemento nominal

Tenho saudades de Luísa.

Saudades: substantivo
De Luísa: CN

Estou desgostoso com vocês.

Desgostoso: adjetivo.                                                                                                                                            Com vocês: CN

OBS:

Um grande número de nomes que pedem complemento nominal são substantivos abstratos derivados de verbos significativos.

A queima de fogos.                         Queima: do verbo queimar
De fogos: CN

A necessidade de amor.                 Necessidade:  do verbo necessitar
De amor: CN

O complemento nominal pode ainda ser representado por um pronome oblíquo.Nesse caso, a preposição está implícita no pronome.

EXEMPLOS:
Caminhar a pé lhe era saudável.

Lhe:CN

Caminhar a pé era saudável a ele/a.

Saudável: adjetivo
A ele/a:CN

EXERCICIO

 

1) Circule os complementos nominais das frases a seguir:

a) Sempre teve receio de roubos e assaltos.

b) A ciência só terá valor se for em benefício do ser humano.

c) Diminuiu a devolução de cheques em nossa cidade.

d) É preciso reduzir o consumo de água para poupar o meio ambiente.

 

2) Dos grupos de frases a seguir, identifique qual termo em destaque, assinale a opção em que o termo em destaque é complemento nominal:

 

(  ) Para que haja progresso, não é necessário extinguir os recursos naturais.

(  ) Para que haja progresso, não é necessária a extinção dos recursos naturais.

 

(  ) Todos os presentes tinham interesse pelas propostas ecológicas.

(  ) Todos os presentes interessaram-se pelas propostas ecológicas.

 

(  ) Lutar contra a corrupção é obrigação de todos.

(  ) A luta contra a corrupção é obrigação de todos.

 

3) Marque:

( 1 ) para o adjunto adnominal;

( 2 ) para o complemento nominal.

 

a) (   ) O povo não aceita a construção  de usinas nucleares.

b) (   ) A folha  do caderno  foi arrancada.

c) (   ) Comprei um dicionário  de inglês.

d) (   ) A conservação  da natureza  é uma necessidade.

e) (   ) As luzes  do prédio  estão apagadas.

f) (   ) Ela tem necessidade de muito amor.

 

 

COMPLEMENTO NOMINAL X ADJUNTO ADNOMINAL

 

Antes de tudo vamos lembrar do  ADJUNTO ADNOMINAL

 

É o termo da oração que sempre se refere a um substantivo. Vem representado por artigos, adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos e numerais. Os adjuntos adnominais modificam o substantivo, qualquer que seja a função que ele exerça na oração.

Exemplos

1) Adjetivos

– O alegre espetáculo começou tarde.

Alegre: Adjunto Adnominal
Espetáculo: Substantivos

– Meninos tristes chegaram.

Tristes: Adjunto Adnominal
Meninos: Substantivos

 

                                AGORA VAMOS VER AS DIFERENÇAS

 

O complemento nominal sempre é iniciado por preposição. Isso pode gerar, em certas frases, sérias dúvidas quanto à função do termo em estudo.

Assim, quando um termo estiver se referindo a um nome e estiver iniciado por preposição, ele será ou adjunto adnominal ou complemento nominal. Para distinguir um do outro, é conveniente usar, como critério auxiliar da análise, as orientações seguintes:

Principais diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal.

1.ª diferença:

O adjunto adnominal só se refere a substantivos (tanto concretos como abstratos).

O complemento nominal refere-se a substantivos (só abstratos), a adjetivos e a advérbios.

2.ª diferença:

O adjunto adnominal pratica a ação expressa pelo nome a que se refere.

O complemento nominal recebe a ação expressa pelo nome a que se refere.

3.ª diferença:

O adjunto adnominal pode indicar posse.

O complemento nominal nunca indica posse.

Exemplos de aplicação dos critérios acima:

As ruas de terra serão asfaltadas.

RUAS: nome (substantivo)

DE TERRA é adjunto adnominal ou complemento nominal?

Note que DE TERRA refere-se ao nome RUAS, que é um substantivo concreto (considerando a classe gramatical). Pelo 1.º critério, podemos concluir que DE TERRA só pode ser adjunto adnominal, pois o complemento nominal não se refere a substantivo concreto. Então, DE TERRA: adjunto adnominal.

A rua é paralela ao rio.

PARALELA: nome (adjetivo)

AO RIO: complemento nominal ou adjunto adnominal?

O termo AO RIO está se referindo a PARALELA, que é um adjetivo (considerando a classe gramatical). Usando o 1.º critério, podemos concjuir eu ao rio só pode ser complemento nominal, já que o adjunto adnominal nunca se refere a adjetivo.

As críticas ao diretor eram infundadas.

CRÍTICAS: nome (substantivo)

AO DIRETOR: complemento nominal ou adjunto adnominal?

Observe que CRÍTICAS expressa uma ação (ação de criticar). O termo AO DIRETOR é que recebe as críticas (o diretor é criticado). Usando o segundo critério, podemos concluir que AO DIRETOR é um complemento nominal.

As críticas do diretor eram infundadas.

CRÍTICAS: nome (substantivo)

Agora, o termo DO DIRETOR é adjunto adnominal, pois ele pratica a ação expressa pelo nome CRÍTICAS.

Fonte: Blog Prof. Neidja Bezerra

Gramática: Tipos de Predicado

Para compreendermos os tipos de predicado existentes na Língua Portuguesa, temos, primeiramente, que saber a definição de predicado.

Predicado é tudo o que se declara acerca do sujeito, ou seja, é tudo que há na frase que não é o sujeito.

Predicado Verbal 

O predicado verbal possui obrigatoriamente um verbo, o qual é o núcleo do predicado. O verbo é núcleo do predicado quando é nocional, ou seja, que demonstra uma ação.

Os alunos estudam todos os dias para o concurso.

Observe na frase que o verbo “estudam” evidencia uma ação: o ato de estudar, e diz respeito ao sujeito “os alunos” ao mesmo tempo que é complementado pelo restante do predicado “todos os dias para o concurso”. Porém, como o núcleo do predicado é o verbo “estudam”, chamamos o predicado de verbal.

Predicado Nominal 

No predicado nominal o núcleo do predicado é um nome, o qual exerce a função de predicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito é um termo que dá significado, atributo, característica ao sujeito ou, ainda, exprime seu estado ou modo de ser. O predicativo é conectado ao sujeito sempre através de um verbo de ligação.

1ª. Ela está cansada.
2ª. As taxas de juros continuam elevadas.

Observe na primeira oração que “cansada” é um atributo dado ao sujeito “Ela”. O sujeito “Ela” e o predicado nominal “cansada” estão conectados pelo verbo de ligação “está”.
Na segunda frase, observamos o mesmo processo anterior de análise: perguntamos quem continua? e continua o quê? E temos as respostas: “as taxas de juros” (sujeito) e “elevadas” (predicado nominal), ou seja, o predicativo nominal só atribui significado ao sujeito quando ligado pelo verbo de ligação (continuam). A oração só tem sentido pelo complemento (predicado) “elevadas”, o qual é, portanto, o núcleo do predicado nominal.

Predicado verbo-nominal 

O predicado verbo-nominal possui dois núcleos: um verbo nocional, como vimos no predicado verbal, e um predicativo, que pode referir-se tanto ao sujeito quanto ao verbo.

Os alunos estudaram cautelosos para o simulado.

Observamos na frase que há dois núcleos: o verbo nocional (estudaram), ou seja, o sujeito praticou uma ação. No entanto, há uma característica dada ao sujeito “cautelosos”, que é, portanto, uma predicação, uma qualidade concedida ao sujeito, logo, é o predicativo do sujeito. Poderíamos desdobrar a última oração em duas:

Os alunos estudaram para o simulado. Eles foram cautelosos.

Na primeira oração temos um predicado verbal “estudaram para o simulado”, no qual o núcleo é o verbo nocional “estudaram”. Já na segunda oração o núcleo do predicado é um nome “cautelosos” conectado por um verbo de ligação (foram) ao sujeito (Eles) e, portanto, é um predicado nominal.